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8 de out. de 2014

Votos de casamento

O AMOR JÁ FOI DESCRITO PELOS MAIORES POETAS DE TODOS OS TEMPOS.

O NOSSO AMOR NÃO.

O COMPANHEIRISMO, A AMIZADE, O RESPEITO, A LEALDADE ESTARÃO COMIGO ENQUANTO EU ESTIVER AO SEU LADO.

AMAR IMPLICA EM DOAR; DOAR PARTE DE MIM A VOCÊ. AMAR IMPLICA EM APRENDER; APRENDER A ACEITAR SUA PESSOA COM AS VIRTUDES E COM AQUILO QUE NÃO COMBINA COMIGO. E É JUSTAMENTE ESSA PARTE O MAIOR DESAFIO.

QUERO APRENDER NO DIA A DIA A AMAR SUAS QUALIDADES E A TRANSFORMAR EM AMOR AS NOSSAS DIFERENÇAS.

HOJE SOMOS JOVENS, SAUDÁVEIS, BELOS. ESSAS PALAVRAS SERÃO GUARDADAS PARA SEREM LIDAS QUANDO FORMOS COMEMORAR NOSSAS BODAS. LEREMOS EMOCIONADOS AO LEMBRAR QUE HOJE, DIANTE DE PESSOAS QUERIDAS, DISSEMOS “SIM” UM AO OUTRO.

MUITO MAIS QUE DIZER “SIM” A VOCÊ, EU DISSE SIM A NÓS, A NOSSA FAMÍLIA, POIS NÓS SOMOS UMA FAMÍLIA.

"EU SEI QUE VOU TE AMAR, POR TODA MINHA VIDA”, E NÃO SERÁ FÁCIL, POIS “AMOR É O FOGO QUE ARDE SEM SE VER”; ASSIM É “TÃO BOM MORRER DE AMOR! E CONTINUAR VIVENDO...” AGORA, “SE O AMOR É FANTASIA, EU ME ENCONTRO EM PLENO CARNAVAL”. “TUDO VALE A PENA SUA ALMA NÃO É PEQUENA” PORQUE “AMAR SE APRENDE AMANDO”, E “ENQUANTO DURA O AMOR, EU AMO COMO UM LOUCO”.
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11 de mai. de 2014

Mãe só tem uma

Eu sou uma pessoa de sorte. De muita sorte. Pela minha vida passaram pessoas maravilhosas, amigos e amigas, familiares próximos e distantes. Entre todas as pessoas, destaco hoje três. Três mães. 

Por ordem, começo a lembrar da minha querida avó Memé. As primeiras lembranças são de quando ainda morava em BH (1988 mais ou menos). Nós a esperávamos em casa, do lado de dentro, e quando ela tocava a campainha, nós gritávamos: vó, trouxe bolsa? Joga a bolsa, vó! 

Era sua bolsa com algumas balas que ela trazia. Só depois de adulto fui descobrir que essas balas eram compradas no ponto de ônibus, com seus trocados. Mas isso nunca fez diferença, as balas eram deliciosas. 

Como moramos longe, víamos nossas famílias duas vezes ao ano - no máximo. Lembro perfeitamente de uma vez que viemos de Foz para BH e chegamos umas 4 ou 5 da manhã. Estava escuro, a cidade ainda dormia, e quando chegamos em casa o que vimos, vovó Memé no fogão fritando os biscoitinhos que nós adorávamos, assando pão de queijo, passando café. 

Entre todas as lembranças boas, tudo o que eu gostaria de escrever é que eu aprendi muito com minha amada avó quando voltamos a morar em BH. Como ela já estava com mais de 95 anos, era natural que viesse para nossa casa nos finais de semana. E nessas ocasiões, entre todas as conversas, uma coisa sempre me fazia sorrir e refletir: ela sempre acordava de bom humor, e as primeiras palavras eram sempre acompanhadas de uma risada. Nunca me permiti acordar de mal humor depois que acostumei a vê-la acordar assim, de bem com a vida. 

Quanta saudade eu sinto da minha avó. 


Passando para o lado paterno, minha avó Helena é da melhor qualidade possível. Eu nunca a vi falar mal ou reclamar de qualquer coisa. Uma pessoa de bem com a vida. Adora a casa cheia, a família toda reunida. 

Vovó Lelena nos acompanhou para Foz do Iguaçu em 1989, quando mudamos. Lembro que saímos de BH com frio e chegamos em Foz com um calor insuportável. Nós não conseguíamos fazer nada além de ficar na piscina do hotel. 

Tenho outra lembrança dela em Foz. Eu tinha uns 13 ou 14 anos e resolvi guardar o carro na garagem. Nunca havia dirigido. Não lembro se meu pai ou minha mãe entrou no carro comigo. Eu não tinha a menor noção de direção, e o que eu fiz? Acelerei tudo e fui direto no muro! O muro caiu. E quando parecia que nosso susto era só a batida, quem estava atrás do muro, colhendo um moranguinho no pé: a vovó. Coitada, tomou o maior susto. 

Até hoje essa história tem duas versões: a que minha vó estava longe do muro e só tomou um susto, e a que minha vó estava bem atrás do muro e tomou o maior susto; e tem a versão da minha mãe que voou na minha avó uma pedrinha do muro - mas acho que isso já é exagero.

Sou muito grato por ter minha avó firme e forte com seus 93 anos. Tenho ótimas lembranças dela, muitos momentos felizes, inúmeras histórias. Uma senhora maravilhosa, de bem com a vida, tranquila, exala paz, harmonia, sabedoria. Como é bom saber que amanhã irei vê-la e dar um beijo e um abraço e desejá-la feliz dia das mães. 

Com toda sua sabedoria sempre diz: estranhos são os caminhos da vida. 

Saindo da geração das avós, abro espaço para falar da minha mãe. Que agora é a vovó Zélia.

Minha mãe é uma pessoa extremamente especial. Uma pessoa que eu tenho certeza de que posso contar sempre, e pro que der e vier. Entre todas as lembranças, uma que reflete agora é de quando sentava para estudar conosco. Ela fazia ditado, tomava a matéria. Hoje eu fico pensando, pra quem era mais difícil ficar sentado na mesa, ela ou eu. Nós dois somos agitados, mal conseguimos ficar parados. 

É muito difícil falar da nossa mãe, ainda mais se já demos tanto trabalho, tanta decepção. Pelos menos as alegrias também vieram, os motivos de orgulho. 

Nós vemos quem é a pessoa quando as coisas não estão bem, porque é muito fácil ser amigo e companheiro nos bons momentos, agora, quando as coisas não estão bem é que vemos quem é quem. E eu posso afirmar com muito orgulho que minha mãe não foge da luta. O que minha mãe fez por sua mãe, minha vó, é para deixar qualquer um orgulhoso. Minha avó ficou mal e precisou de cuidados especiais, e lá estava minha mãe. E com ela ficou até o último suspiro. 

Lembro perfeitamente do dia 14/09/2012. Minha mãe me acordou antes de tocar meu despertador, com um pressentimento ruim, pediu para levá-la ao hospital que minha vó estava. Nós fomos cedo até o hospital. Dei pela última vez um beijo em minha vó, apertei sua mão; dei um beijo em minha mãe e outro em minha madrinha que havia dormido no hospital, e saí chorando para trabalhar. Depois do almoço minha mãe me telefona com a notícia mais triste que eu poderia ouvir. 

Foi nesse momento que eu percebi que mãe só tem uma. E sou muito feliz pela mãe que tenho. 

E por último, mas não menos importante, é a vez de falar da Lívia, mãe do Mateus. A Lívia entrou na minha vida para ficar. Nos conhecemos na escola que trabalhamos. Somos duas pessoas completamente diferentes, mas o que importa é que nos entendemos. 

Seu filho, Mateus, é a alegria da casa - na casa dela e aqui em casa. Ainda reina como o único neto. E ele acha que eu sou uma criança no corpo de um adulto, nós brincamos, nos divertimos. 

A Lívia ri quando eu falo que gostei mais dela por ela ser mãe, mas é verdade. É nos pequenos atos que conhecemos as pessoas de verdade. É no seu trato com o filho, na importância que dá ao menino, à sua educação, a sua dedicação em fazer o melhor por ele. Nesses momentos difíceis que vemos quem a pessoa realmente é. 

E eu tenho certeza que formaremos uma família da pesada. Afinal, já somos duas crianças e uma mãe na casa... 

Feliz é quem pode se orgulhar da mãe que tem. Afinal, mãe só tem uma.

26 de nov. de 2012

As mulheres e o Facebook


Não há balada que fique sem foto, não há amor que falte declaração. Churrasco na casa da amiga é check in na certa. Foto do brinde, foto do prato. Aliás, foto de comida é o que não falta no Face. Não sei o que pensa uma pessoa que tira a foto do prato, posta, e só depois come. Muda o gosto?

Quem conhece uma mulher que tem álbuns com nomes engraçados – para não dizer outra coisa. Umas têm Life, Life 2, verão 2011, Miami 2010, Disney, e por aí vai... E nessa época de viagens começa aquele monte de fotos de rostos tirados do celular e uma legenda com o nome da paisagem – que não vemos.

Uma amiga tem o álbum Eu mesminha. São inúmeras fotos dela com a máquina em frente ao espelho. Eu mesminha, quanta criatividade! Vou criar um álbum também, Mim Fobia

Esses dias uma amiga de longe postou o álbum Momentos inesquecíveis. Fotos dela na balada ao longo do ano. São mais de cem fotos em diversas baladas, de todas as tribos possíveis. E na maioria está bebendo e rindo, explodindo de alegria.

Além das baladeiras existem as românticas, elas colocam fotos com dizeres apaixonados, ilustrações belíssimas. Uma mensagem mais bonita que a outra. E sempre tem amiga para curtir, comentar e compartilhar.

Mulher que é mulher e está no Face não pode mentir, olha mesmo a vida dos outros. Afinal, o Face não é para isso? Para ver quem está com quem, quem sai pra onde, com qual roupa foi?

Observei, ao longo dos meses, que a mulher quando namora – ou casa – se distancia do Face; salvo exceções, é claro. E sabemos que o relacionamento chegou ao fim quando as postagem começam a aparecer mais que o normal, com vídeos, frases, fotos, reclamações .

Elas pensam que não notamos a TPM pelo computador, elas pensam. Inseguranças, medos, aflições, tudo isso também percebemos pela tela do computador – ou do celular. E por falar em celular, as mulheres estão na aula, no trabalho, no ônibus, no metrô, no carro, a pé, enfim, estão conectadas no Face o tempo todo.

Era uma festa e eu estava como convidado de um convidado – em outras palavras, penetra. A fotógrafa da festa chegou para uma amiga, que era convidada, e disse: ei, curte minha foto, já postei. Trabalhando de fotógrafa e postando ao mesmo tempo as fotos no álbum Trabalhar, né :P.

As mulheres estão curtindo A Mina do Cara pelo Face também. E a mais curtida até hoje foi assim: “Pesquisas indicam: as minas dominam os caras”.

Imagino as que curtiram: apaixonadas, românticas, idealistas, propagandistas, autoritárias, ideólogas, netas, filhas, mães, avós, enfim, as mulheres do Face.

Elas são politizadas dependendo a época do ano, propagam o fim do mau trato aos animais indefesos, são amantes da natureza – mesmo nunca tendo subido em árvores –, são contra a pobreza e o analfabetismo, são a favor da justiça e compartilham, a todo tempo, uma imagem do Joaquim Barbosa como exemplo de superação.

E quando o time está bem são torcedoras ferrenhas! Adoram futebol e torcem de coração. E, claro, vai uma foto pro álbum.

Qual mulher não gostaria de estar no álbum A Mina do Cara [a galeria]?

1 de ago. de 2012

Edileusa


Cara de safada que só ela. Aquele tipo que você olha e já imagina, deve dar gostoso. Essa é a Di, como a chamo.
Conheci pela internet, umas fotos bonitas, uns comentários nulos, um gosto esquisito. Mas fui...


Conversa vai, conversa vem, marcamos para sair. Fiquei pensando em como falar, se podia ou não beber à vontade, as palavras que deveriam entrar na conversa – é claro, todo mundo tem umas palavras desconhecidas para impressionar.

Ela chegou linda, saia curta, maquiagem suave, argolas douradas, colares e pulseiras, unhas claras, curtas – deve roer. Mulher é assim, passa a tarde na manicure, à noite rói vendo novela –  vai entender.

Fomos a um bar de rock, banda cover dos Stones e Doors. Conversando e bebendo, louco para fumar um cigarro, mas não queria dizer a ela que eu fumo logo de cara, tá uma frescura danada. Na metade da garrafa ela me fala, “preciso fumar um cigarro, vamos?”

Primeiro um beijo.

Depois nós íamos passar a noite inteira se beijando com gosto de cigarro, pelo menos o primeiro beijo sem aquele gosto de cinzeiro.

Já entramos no fumódromo com o cigarro na mão, uma garrafa nova, e uns beijinhos na nuca. Aquela saia, aquelas pernas. Essa Di me matou do coração essa noite.

Depois de fumar dois cigarros – e ela fumava cigarro de palha – nós voltamos para a pista. Realmente, foi bom ter proibido fumar em ambientes fechados. Não tinha fumaça, estava tudo claro, era possível ver as pessoas e, principalmente, a gostosa da Di.

Ela desfilava para ir buscar cerveja, fazia questão de passar pelos caras e arrebitar aquela bunda gostosa. Eu ficava puto olhando, mas fazer o quê?  Quem vai comer sou não, não eles, eu pensava.

Logo que ela chegou com as duas cervejas já abracei-a e comecei a beijar a nuca e a levar minhas mãos bem próximo da bunda, mas não passei a mão na bunda. Isso seria um troféu para aqueles babacas. Apertei bem Di em eu peito e falei, quero passar a noite com você, longe daqui.

Fomos para o motel. Essas mulheres que viram loiras eu tenho um ritual para comer. Isso quando já consegui abater. O que foi o caso da Di. O som alto, as luzes, os espelhos, o pole  dance, todo o cenário do motel faz a mulher ficar louca de tesão. De repente Di pergunta se me importo dela fumar um. Eu disse, claro que não, mas tenho uma fantasia que sempre quis realizar. “E qual é?”, ela perguntou. Respondi, chupar uma boceta enquanto uma mulher fuma um.

Foi tiro e queda. Fiquei com a língua até ela acabar de fumar. Deve ter gozado na minha boca uma porção de vezes. Foi lindo de ver. Ela virava na cama, não ficou parada nenhum momento; gemia e soltava fumaça.
Enfim quando parou de fumar quis me chupar e eu disse, no chuveiro, depois. Agora quero fodê-la. Penetrei por cima, com ela de pernas abertas. Os peitos balançando, ela gemendo. Virei suas pernas, ficou de ladinho. Que gostosa!

Nem quis saber, gozei lá dentro, fundo.

Hora do banho.

Depois desse dia nunca mais vi Di online. Cancelou sua conta no Facebook, MSN, não responde e-mail, telefone sempre fora de área.

Nunca mais vi, nunca mais esqueci. Di.

Olha o nome da mulher, Edileusa.

11 de jun. de 2012

As mulheres e as provas de amor

Estávamos no bem-bom, clima gostoso, um show de jazz e uma garrafa de vinho para trás. De repente ela fala: eu acho que você me ama menos do que eu te amo.

Meu primeiro pensamento foi parar, virar para o lado e dormir. Logo pensei, ela vai durar a dormir, acordar num mau humor desgraçado, me lembrar disso para sempre. Então continuei, estava muito gostoso para eu parar. Melhor gozarmos juntos.


Passei o dia seguinte pensando nisso, uma prova de amor para provar meu amor. Uma viagem. Um passeio. O dia todo à toa. Praça. Cinema. Motel. Casa. Oh! dúvida cruel.

Flores. É isso, flores. Tem um amigo que confessou nunca ter dado uma flor à namorada. E o pior, uma amiga reclamou jamais ter recebido flores. Ela vai gostar.

Chocolate. Flores com chocolate. Ela vai adorar. Ironicamente dirá que está de dieta - mas comerá tudo, conheço.

Poema. Flores, chocolate e poema. Quero ver se assim não provo que a amo muito, mais que ela me ama. Farei um poema bonito, rimado, sem palavras desconhecidas. Entregarei as flores, depois o chocolate, lerei o poema.

Tatuar seu nome. Exagerado. A primeira coisa que ela fará é me cornear. Já sei, vou perguntar à minha amiga lésbica como sua namorada a satisfaz.

Eu duvido que elas consigam, são duas TPMs por mês.

Uma prova de amor. Uma prova de amor... Vou dormir pensando nisso, uma prova de amor...

10 de jan. de 2012

As mulheres apaixonantes


Abre seu coração ou eu arrombo a janela
Chico Buarque

Sou uma pessoa que fala muitas vezes sem pensar. Várias bolas-fora ao longo da vida; já perdi amigos por falar demais – a verdade, só que a verdade que não era para ser dita. Também sei ficar quieto, calado. Mas as palavras brotam tanto que é muito difícil ficar de boca fechada. E quando estou apaixonado solto o verbo.


Escrevo versinhos, frases bonitas, cartas, bilhetes, mensagens de celular... Tem mulher que merece.

E eu gosto das que merecem, aquelas que merecem ser amadas, fazem por merecer. Olha e ela está sorrindo, um sorriso sincero, brotado e colhido. Um sorriso surpreso, espontâneo.

Certa vez, apaixonado, nem sabia o que falar. Esse dia foi difícil. Até aparecer a primeira frase com sentido demorou um bocado, pode ter certeza. E depois desembola meia dúzia de palavras e como diria meu amigo Chico, “a gente vai levando”...

Pensar apaixonado enquanto escuta música é, talvez, o primeiro descobrimento da paixão. Escutar aquela música juntos, os dois em silêncio, agradecendo cada palavra soada. Música de amor é muito bonita; só não gosto dos clichês, por favor. Meu sonho tocar uma música para uma mulher.

Escutar música fazendo massagem; existe coisa melhor?

Tinha uma época que eu chegava em casa e escrevia um versinho. Quatro frases. Homem apaixonado é bobo demais. Meu pai sempre disse isso e, cuidado com homem apaixonado, faz besteira sem ver. E faz mesmo. Já reparou o tanto de homem com o nome da namorada tatuado no corpo?

Homem apaixonado é bobo demais.

Essa crônica terá que ser mais curta hoje, estou atrasado para o jantar, e ainda tenho que passar no supermercado – esqueci de comprar as flores.

Faz tempo que espero por este jantar. Ela é demais, você precisa conhecer.

26 de dez. de 2011

Um sorriso lindo e uma risada gostosa

“Vou escrever uma história com o título Um sorriso lindo e uma risada gostosa, em sua homenagem.”

“Então quer dizer que as histórias são verídicas?”, ela perguntou irônica.

“Não sou eu nas histórias; é tudo inventado”.

“Que pena, tem umas que eu ia querer fazer igualzinho está escrito”.

Essa história começou assim, fui apresentado para todos num dia só; não guardei um nome sequer. Só um sorriso. Pensei duas coisas apenas ao vê-la: 1ª) que sorriso lindo; 2ª) ela deve ter o beijo gostoso.

Olhei uma vez apenas e pensei logo isso. Era uma aliança em seu dedo?

No segundo dia, sem querer, chegamos ao mesmo tempo na portaria. Eu estava estressado, já havia xingado um motoboy de tudo que é nome, já havia comprado dois jornais no sinal, sabia que estava atrasado. Não suporto a ideia de chegar atrasado e a secretária olhar para o relógio, olhar para mim e dizer, ironicamente: bom dia, senhor. Ela não suporta ter como chefe um cara como eu.

Entrei no prédio, olhei para ela e vi um sorriso lindo. Amoceli. Disfarcei da melhor forma possível: bom dia, senhorita, como está? Ela com um lindo sotaque disse: to joia, e você?

Entramos no elevador, último andar, nós dois. Só nós dois no elevador.
Entrei na minha sala, sentei, fiquei sem saber o que fazer. Lembrava dela. Olhava para a janela e via um sorriso em meu rosto. Fiquei assim a manhã toda. Quase não trabalhei. Saí para almoçar e quem vejo, linda, de batom. Tentei encontrar uma alguma frase bonita para falar mas nada vinha à cabeça.

Ela falou uma besteira e eu ri alto. Nós dois rimos muito. Saímos como se fôssemos conhecidos íntimos, caminhando na mesma direção até que ela pergunta por um restaurante. Almoçamos juntos e foi uma beleza. Educada, sabe segurar os talheres, mulher elegante. Enquanto ela pagava fiquei observando suas costas; no caminho de volta, não aguentei e falei: amanhã mesmo vou pedir para proibirem-na de vir com as costas de fora, fica impossível trabalhar.

Voltamos rindo e esbanjando alegria.

Depois desse dia fiquei sem vê-la por uma semana. Não consegui trabalhar direito. Depois do almoço, no dia seguinte, eu escrevi no vidro: “Não existe coisa mais bonita do que uma mulher bonita”.

Segunda – feira, numa ressaca brava, com uma garrafa de água na mão, entro sem dar bom dia ao porteiro, sem olhar para ninguém no elevador. Cabeça baixa, pensando, tinha trabalho a ser entregue antes do almoço; eu só tinha o esboço até então.

Fiz tudo correndo, deixei tudo pronto. Não tinha outra coisa na cabeça senão a frase. Minha cabeça estava longe.

Entrei na sala e ela estava ali, lado direito do presidente, sorrindo. Sentei de frente para ela, do outro lado da mesa. Durante a reunião foi falado que minhas histórias não estão como antes, os leitores querem textos mais curtos, mais rápidos. Leitura rápida. A frase mais dita na reunião, leitura rápida.
Depois da reunião nos encontramos para um café – estávamos com fome.

Sou escritor de contos eróticos e roteiros de filmes pornográficos. Ela é a filha do dono, ou seja, a dona. O pai despede na hora funcionário visto com sua filha.

Eu só tive tempo de dizer isso a ela, “um sorriso lindo e uma risada gostosa”, em sua homenagem.

1 de nov. de 2011

As mulheres e o cu


Só vou chupar o dia que você me der ele, eu disse a ela.

Ela fala que não, sempre diz que não é para passar o dedo, às vezes para nem chegar perto. Não sei qual o problema, quando estamos abraçados, em silêncio, eu passando o dedo lá e ela suspirando no meu ouvido. Ela muda a respiração.

Fica nessa frescura.

Fiz sacanagem um dia com ela. Comecei a tirar sua blusa bem devagar, lentamente ia tirando peça por peça, blusa, sutiã, calça, calcinha, isso com beijos e mais beijos, bem devagar. Tirei seus brincos, soltei seus lindos cabelos encaracolados, deixei-a nua, lindíssima. No escuro aquela pele era a coisa mais linda do mundo. Beijei dos pés a cabeça, literalmente, só não cheguei perto do cu.

Fiz de sacanagem.

Ia com a língua lá pertinho, sentia sua força para eu chegar lá e passar a língua em seu cu. Ela ficava louca, a cada força que fazia eu ia para outro lugar.

Voltei com a língua e fiquei um tempo ali, chupando aquela boceta gostosa. Molhada, quente.

Se eu quisesse era a hora.

Subi em cima dela e comecei. Fomos parar com ela de quatro. Depois deitada comigo por cima.

Peguei a garrafa de vinho e ficamos bebendo e ouvindo música, bem baixinho.

Deitei-a de bruços e comecei a massagem.

Meia hora depois, ela encharcada, eu roçando o pau duro nela, falando e beijando seu ouvido, aquele calor na cama, suados, molhados, eu viro e falo, quero comer seu cuzinho. Ela suspirou fundo, até mais do que das outras vezes, e disse, só namorando.

Fica nessa frescura.


13 de out. de 2011

Pri

Por que vocês, mulheres, não acreditam que somos capazes de terminar sem termos motivos? Preciso entender isso. Tem horas que realmente não pensamos como deveríamos, eu sei, mas sabendo disso você deveria chegar a lógica de que não pensamos também em momentos difíceis. Pô, você chegou de viagem e não quis fazer amor! Como?

Era tudo o que esperava com sua chegada. Nós nos completamos, somos um para o outro como a abelha é para o néctar, nós somos Lennon e McCartney. E o tanto que nos amamos ouvindo Beatles, cantando um para o outro, desejando amar eternamente, viver juntos eternamente, rodar o mundo todo juntos.

Quantos sonhos não sonhamos juntos, quantas viagens não planejamos, quanto amor não doei. Aprendi a amar amando você, meu amor. Todos os dias eu acordo e penso, ainda não consegui tirá-la da minha cabeça. E eu acredito que amor é isso mesmo, essa loucura que juramos saber controlar. Alguns escrevem, outros cantam, poucos dedicam o amor em palavras – como faço.

Reli sua carta inúmeras vezes buscando a palavra amor e não encontrei. Busquei palavras indicando que ainda me ama, que deseja uma resposta. E nada, nem uma palavra. Prometi não escrever novamente. Prometi. Assim como prometi que não escreveria nem uma única vez – e se não me engano essa é a décima vez que escrevo. Acho tão romântico escrever uma carta de amor e enviar a Paris.

Já sabe quando volta?

Um beijo, eu te amo, tá...


24 de set. de 2011

Um com seis?

Amoleci o coração, depois de tanta loucura por aqui resolvi homenagear uma professora. Este meu poema foi feito no primeiro ano do curso de Letras; imagine o quanto ela gostou. Eu só quero uma coisa de você, leitor, que me diga o nome da professora. Pode ser?


Um com seis?

Um com seis são um baita problemão
Um com seis são um primo chatão
Se três com seis não são nem uma dezena
Seis com seis são uma dúzia de...

Se com um é pouco, dois é bom e três é demais
Imagine que com seis são uma chatice.
Hoje quem manda não sou eu, ó Berenice.

Mas como todas Berenice é tagarela
Abriu a boca andando na passarela:

Eita mundão com são seis difícil de lidar
E o poeta taí pra te ajudar
Se ri sozinho não se espante, não é droga
Se ri sozinho pode ser uma nova obra

Ele vê coisas que você jamais veria
Ele diz coisas que jamais você diria.



18 de set. de 2011

Letícia

Estava em casa sem ter o que fazer, doida para alguém ligar e convidar para fazer algo. Até velório. Mas nada, nem um desgraçado para me ligar. Para que pedem tanto o meu número se na hora ninguém liga. E quando liga, tem uns que dão um toquinho a cobrar para eu retornar. Só rindo mesmo, essa vida é uma comédia.


Do nada entrei para o chuveiro decidida a sair para qualquer bar, sozinha mesmo. Não estava mais afim de ficar em casa, sexta, depois de uma semana pesada.

Sentei no Brasil 41, ali no final da Brasil. Pedi a primeira e acendi meu cigarro, a cerveja chegou, tomei um gole, desceu como cachoeira, virei mais um gole. Tem nada melhor que uma cerveja gelada, nem mesmo uma boceta.

Agora vai se perguntar, escutei certo?, é uma mulher falando que só cerveja gelada é melhor do que boceta?, e eu lhe digo, é isso mesmo. Gosto é gosto, não é mesmo? Pois é. E espera que vou contar o que aconteceu para eu chegar aqui assim, desse jeito.

O começo é o seguinte, eu estava em casa enlouquecida por que não tinha absolutamente nada para fazer, nada! E foi me batendo a noia, fui ficando desesperada, cortei minha mão com uma faca, entrei para o chuveiro de roupa e tudo. Só soube disso quando acordei, com a vizinha batendo na minha cara e me mandando levantar e criar vergonha na cara.

Tomei sopa que ela fez, sentei com ela no sofá e esperei-a dormir. Logo que a novela terminou ela dormiu. Eu disse que ficaria assistindo mais um pouco, o próximo filme é ótimo, eu disse, e completei, boa noite, muito obrigada, a senhora me salvou a vida.

Foi essa velha que me fez vir pra cá, desgraçada. Desde então levo choques na cabeça. Daqui a pouco gritam meu nome e me levam. É só esperar.

O que aconteceu, na verdade, é o seguinte, trabalhei como professora primária por dez anos. Um dia resolvi largar essa vida de professora e curtir o mundo. Eu era professora de arte, sabe, e resolvi deixar as crianças para conhecer o mundo, sozinha.

Comecei a contar uma história, emendei na outra, e na outra, e não deu para contar como tudo começou. Então vamos lá, é assim, quando descobri que teria que fazer uma prova muito difícil na escola, e que eu não tinha aprendido nada, absolutamente nada, eu chorei, pedi para faltar, inventei mil e uma desculpas e minha mãe não cedeu.

Confirmado o zero, fui ao banheiro e cortei meus pulsos, entrei e disse, está aqui o zero que eu dou, sua gorda-baleia!

“Letícia!”

Está vendo, chamaram. Agora vou pro choque. Depois eu conto a história inteira pra você.

“Letícia!”


9 de set. de 2011

Carol


Você é um idiota, pelo que ela me disse.

A mulher fez o que fez para ficar com você, até com as amigas ela brigou, viajou horas para vê-lo, e você não reconhece, nunca quis reconhecer, e nunca reconhecerá. É muito burro para reconhecer uma mulher como essa.

Você é daqueles que gostam de mulher bobinha, não? Ou você acredita mesmo no que ela dizia? Meu amigo, hoje sou eu quem está com ela, e amanhã, quem será? Ontem mesmo foi você.

Está entendendo? Não é mais você. Agora sou eu. Eu é que estou namorando ali.

Aquela safadeza ela fazia com você também? Vai ser gostosa assim lá longe, puta que pariu. Tenho certeza que você também gostava muito, no seu tempo. Agora, no meu, sou eu que gozo.

Vou encurtar isso aqui, sai pra lá que sou eu que estou comendo.

2 de set. de 2011

Lívia

Eu jamais gostei de ir a eventos sociais, ainda mais quando é congresso. Dessa vez tive que ir, era questão de fazer o filme em casa. Fui.


Chegando ao hotel pensei, não fico aqui um só dia. Nem pensar que fico aqui com esse bando de gente esnobe. Fui acompanhado de meus pais. Fui atendido por Lívia. Isso mudou tudo.

Me inscrevi no congresso, perguntei sobre o hotel, os congressistas, os horários, as palestras, enfim, o máximo de tempo e informações que Lívia poderia me dar. Ruiva da pele clara, olhos claros, magra como bailarina. Meu ponto fraco.

Primeiro dia de palestras e quem encontro na porta da sala? Lívia. Sentei no fundo – se precisasse era só levantar e sair de fininho. Logo que começou Lívia sentou ao meu lado. Pensei, é hoje. Um senhor começou a falar sobre a questão do desmatamento na Amazônia, dizia que a cada dia milhares de árvores eram derrubadas, e a cada centena de árvores que caíam, um carro cruzava as portas das fábricas.

Comecei a reparar em Lívia. Olhos verdes claros, pele com sardas, mãos delicadas. De repente ela vira e pergunta, está gostando? Demais, menti. Estou odiando, ela disse. Fez sinal e saímos.

O hotel ficava em uma área isolada, cercado por montanhas verdes, lindas. Fomos para uma parte onde havia um riacho, uma pequena ponte, alguns animais. Não falei quase nada, preferi ouvir sua voz. Além de linda, Lívia era maravilhosa, e a cada olhar cruzado me vinha à mente, como pode uma mulher ser tão linda? Deus existe.

Ela tirou da bolsa um baseado, acendeu e começamos a fumar. Aquilo era a verdadeira paz de espírito. Não havia barulho, não havia nada de ruim. Depois que paramos de fumar ficamos ali, parados, contemplando a natureza em silêncio. Olhei para os lados, olhei para cima, olhei para frente, Lívia, só Lívia em meu campo de visão, só Lívia em meu coração. Nos beijamos.

Estava louco para falar os poemas que sei de cor. Queria de qualquer maneira soltar as frases bonitas que aprendi durante os anos de leitura. Desejei olhar em seus olhos e dizer, estou apaixonado. Quem dera se pudesse dizer: eu te amo, Lívia.

Ao anoitecer ficamos contemplando as estrelas, nós dois, nus, sentindo frio, abraçados, colados um ao outro. Todas as paisagens, todas as obras da natureza, todas as belezas da humanidade, enfim, tudo o que há de belo não se compara a beleza de Lívia. Não assisti a uma palestra sequer, passei todos os momentos com ela. Saí de lá pensando, realmente, se foi Deus quem criou tudo e todos, Ele merece um prêmio por ter criado Lívia assim, tão linda.

1 de ago. de 2011

As mulheres e os óculos

Adoro mulher com óculos. Acho um charme vê-las assim. Não digo esses óculos escuros grandes, da moda. Digo de grau mesmo. Ficam lindas assim. Elas geralmente não gostam. Eu sempre questiono, peço para ver. A resposta quase sempre é a mesma, e as caras parecidas.

É claro que jamais saberei o verdadeiro motivo que as fazem não gostar de tal adereço. Já usam uns sapatos estranhos que juram ser lindos. E dependendo da moda a roupa fica esquisita, outras vezes bonita, e em alguns casos, caem bem.

A mulher bonita fica bonita de qualquer forma. E ela jura que com óculos não fica. Já questionei algumas amigas e as respostas eram as mesmas: ah, não gosto. E eu insistia: você fica linda com óculos. Era tiro e queda, tirava o óculos na hora.

Certa vez, uma amiga esqueceu de tirá-los e ficamos conversando por um tempo, e então eu perguntei: quantos graus você usa? Pronto, tirou na hora.
Ela usou a desculpa de que fica feia. Ela é linda, e com óculos fica tão linda! E adianta falar?

Um bom lugar para ver mulheres com óculos é no trânsito. Sempre reparo nas motoristas, e quando estão com óculos fico questionando o que ela tem, miopia?, astigmatismo?, hipermetropia? Os modelos mais discretos são os que mais me atraem.

Agora, no ponto de ônibus é onde elas não usam. Sempre que estou no ponto, sentado e lendo, percebo uma pessoa ou outra cerrando os olhos para saber qual é o que está vindo. Às vezes eu converso com alguém, e sempre pergunto qual ela espera para avisá-la. Vê se pode, eu tenho meus óculos ajudando, fico lendo e olhando os ônibus para avisar. E elas fazem isso toda vez. E algumas ainda falam que os óculos estão na bolsa.

É claro que isso não me incomoda. É bom, pois assim converso com alguém, distraio um pouco. Nessa quarta eu estava lá e o mesmo aconteceu. Então chegou uma amiga e as duas passaram a conversar entre elas. A que estava antes, que eu avisei da chegada do ônibus foi e ficamos eu e a amiga – dela. Antes de subir ela me disse tchau. E essa que acabara de chegar me perguntou, você conhece ela da faculdade?
Conheci no ponto mesmo, e naquele dia. E ela também tinha seus óculos na bolsa, e só usa para estudar – como disse.

Às vezes tenho vontade de pedir para colocar só para eu vê-la assim. Qual a chance? Quando eu namorava, pedia e não era atendido. Imagina para uma conhecida – amiga. Uma amiga disse que não gosta de usar os seus porque a chamavam de Selma – bibliotecária no Scoob Doo.

E eu tenho que me contentar em pegá-las de surpresa no trânsito, na biblioteca, na livraria, no cinema, enfim, de surpresa. Até porque isso é como aquela velha verdade da humanidade: a esposa pede a opinião do marido, “amor, verde ou vermelho?”, ele, “verde”, e ela decide, “vermelho, por favor”.

Adoro mulher de óculos. Os discretos, de preferência.

24 de mai. de 2011

As mulheres e os gestos

Se você pensa que vai ler sobre gestos eróticos, sensuais, pode tirar seu cavalinho da chuva. Eu sei que gestos sensuais são maravilhosos de ver, ainda mais quando estamos pertinho dela. Também gosto quando é um gesto de longe, aquela olhada disfarçada. Só que desta vez é outro gesto.

Um gesto bonito que gosto de fazer é dar uma flor com um cartão, sempre com palavras sinceras. Não precisa ser o verso mais bonito do mundo, desde que sejam palavras sinceras. Às vezes acontece do cartão não ser romântico. Acredito que isso não tira o brilho da flor, e também do gesto.

Como está dito aqui, e eu já disse antes, adoro escrever uns versinhos, e na maioria das vezes é para uma mulher por quem estou apaixonado – ou num relacionamento. E também já fiz para um amigo entregar à sua pretendente. Ele não queria de jeito algum, mas convenci-o a fazer. E não é que deu certo!?

O gesto mais bonito foi realizado por uma mulher linda. Vou contar minha versão dos fatos.

Era domingo e eu estava de ressaca, deitado na frente da tevê – nesse dia consegui assistir a dois programas. Jogado no sofá, ressaca de vodca, sem vontade de fazer qualquer coisa. Fui pra cama dormir. Depois voltei para o sofá e almocei vendo tevê. (Quem me conhece sabe da dificuldade que tenho de ficar parado olhando pra tela.)

Resolvi entrar na net e conversar um pouco. Papo vem e papo vai combinei com meu amigo de ir na Praça do Papa curtir o fim de tarde. Enquanto eu combinava com ele, falava com a gata. Falei que estava indo mas não a convidei para ir comigo. Queria muito, mas não queria ouvir um não. Ela estava triste, sem vontade de fazer nada.

Antes da despedida enviei a ela a crônica “Venha ver o pôr-do-sol”. Saí de casa com um sorriso no rosto em direção à praça. No meio do caminho recebo uma mensagem no celular elogiando meu texto. Pronto, era o melhor do domingo; era o melhor que um domingo preguiçoso poderia me oferecer. Encontrei meu amigo no meio do caminho, deixei meu carro numa rua e fomos num só carro.

No caminho contei da mensagem pra ele. Chegamos na praça, sentamos, olhei aquele visual, tirei uma foto e mandei pra ela, a gata. Sua resposta: se tivesse me convidado mais cedo daria tempo de ver. Pô, já era mais do que eu poderia esperar de um domingo preguiçoso, de ressaca.

E nisso fomos trocando mensagens. Em nenhum momento convidei-a para ir lá me encontrar. Era a vontade, claro, mas não o fiz.

Já escuro, a praça mais vazia, recebo uma mensagem. Era ela. Estava na praça.

Qualquer elogio, comentário, o que for, não se compara ao fato – propriamente dito. Fiquei extasiado, sem saber o que fazer, o que falar, enfim, como um cara apaixonado fica diante de sua musa. Ela estava mais linda do que de costume.

Passamos horas sentados, numa boa, conversando, rindo, aquele clima gostoso... Depois ela me deixou no meu carro, demos uns beijinhos de despedida e cada um foi pro seu canto. Fui embora pensando em duas coisas sobre ela. A primeira: não vejo o tempo passar ao seu lado. A segunda: não queria que o tempo passasse.

Não é minimizar o que já fizeram por mim e para mim, só que nada se compara a isso. Tenho certeza que dormi sorrindo no domingo; eu acordei segunda com um sorriso no rosto. Foi lindo de ver!

Não sei qual nota a professora daria para a crônica, mas sei de uma coisa, disse para quem eu queria: “venha ver o pôr-do-sol”.


P.S.: Acordei segunda, sentei para estudar e saiu este poeminha:
Domingo lindo


Sentado, sozinho
Sentado, com amigo
Sentado, acompanhado
Sentado, apaixonado

P.S.2: Depois do poeminha – que entreguei, ela perdeu e não leu – não nos encontramos mais...

6 de mai. de 2011

As mulheres que eu não amei

A série As Mulheres está muito legal de fazer. E tenho a impressão de que voces também estão gostando bastante. Para este novo episódio eu preparei uma surpresa. A leitura minha ao invés da leitura de vocês. Vocês vão clicar e ouvir "Eu quis te amar" - o mais novo capítulo da série As mulheres. Clique e ouça...



8 de abr. de 2011

As mulheres e as verdades


MÁRCIO:
Olha, eu preciso contar a verdade, não pode passar de hoje. Fico confuso, não sei mais o que pensar e muito menos em como falar isso com você. É a pura verdade, pode acreditar. Nos beijamos e eu com o pensamento nela, não está aqui em você, estou pensando nela. Eu sei que é difícil ouvir isso, mas preciso contar a verdade, não aguento mais. Eu penso nela enquanto fazemos amor também. Várias vezes pensei nela fazendo amor com você. Ao invés disso, eu disse: eu te amo.

FRED:
É difícil falar a verdade para minha mulher, por alguns motivos, e o principal é que ela não é minha mulher; não somos um casal. Nossa vida é uma loucura, e ela jura que eu nunca digo a verdade. Pensa que sou mulherengo, que ando por aí com mulheres, feliz, contando as mesmas coisas, comprando os mesmos presentes. Deixa ela.

FELIPE:
Pior é a minha. Uma vez eu disse a ela que ia para a praia com os amigos passar um final de semana surfando. Ela pirou, falou que podia ir. Fui faceiro. Quando voltei, ela estava com outro.

DIEGO:
Pô, você é burro. A mulher é sua, você viaja e ela com outro? Por isso que você deveria ter mentido. Não é pecado mentir para mulher. Na verdade, você só vira homem quando aprende a mentir para mulher. Não adianta pensar o contrário, mulher nenhuma gosta de homem apaixonado. Esses tolos que colocam o nome dela nas coisas. Você não pode ser desses que prometem as coisas. Prometeu fodeu!

MÁRCIO:
Uma vez fiquei numa encurralada terrível. A mulher queria saber pra onde eu tinha ido a qualquer custo, jogava verde, não parava de falar sobre o assunto. Arrumei uma briga e começamos a brigar por outros motivos. E nisso fui tranquilizando, bebendo uísque e me tranquilizando enquanto ela brigava comigo. Até que não aguentei e falei, quer saber, eu te amo!

MÁRCIO:
Fui obrigado a falar. Não tinha como segurar mais, era toda vez aquela vontade insuportável de chegar a ela e dizer. Não conseguia, ficava constrangido. Como reagiria? Fiquei nessa um bom tempo, sem coragem de chegar e falar. Também, o que eu ia dizer? Não tinha o que dizer na verdade, nem nos conhecíamos. Só de vista e mesmo assim nem nos cumprimentávamos. Até o dia que cheguei e falei: oi, é só lembrar de você que eu sorrio na rua.

FELIPE:
Ela disse para mim, só namorando. Eu falei, estamos namorando. Ela disse, você é maluco?, nem nos conhecemos. Eu disse, como nos conheceríamos senão namorando? Estamos até hoje bem. Todo dia eu digo a ela, boa noite meu amor, daqui a pouco será na nossa cama que darei boa noite. Ela ri, não me leva a sério. Deixa ela.

FRED:
Eu fui casado, você sabe, não sabe? Pois é, fui casado vários anos e quando tomei a decisão de contar a ela sobre minha decisão, não soube o que falar. Ela não acredita até hoje que não tem mulher na história. Sempre tem que ter mulher? Não posso apenas não querer ser casado com uma mulher que só me empurra para baixo, não faz um elogio, tudo, tudo o que eu fazia tinha um defeito. Até o alongamento antes da corrida tinha defeito. Eu não sabia o que era elogio, tinha esquecido. Ela jura até hoje que foi para ficar com outra.

MÁRCIO:
Mulher é assim mesmo, você fala a verdade e ela duvida. Diz que acredita. Todas são tranquilas, não são ciumentas, não importam com o futebol no sábado, não acham ruim o happy hour na quinta, não incomodam com o futebol de quarta, e muito menos com o baralho de terça. Às vezes na segunda pede para passar e dar um beijinho rápido, saudade do fim de semana gostoso. Até tomar conta do pedaço.

VITOR:
E não é que é verdade. Fiquei em cima de uma gata um tempão. Nós conversávamos bastante e ela se dizia tranquila, não era ciumenta e não brigava. Odiava briga, preferia ficar quieta e deixar de lado, brigar pra quê, ela dizia. Fui apaixonando. Linda, educadíssima, de primeira. Começamos a namorar e a fera foi mostrando suas garras. E sabe que eu gosto desse jeito dela. Gosto de mulher possessiva, ciumenta, que toma conta. Uma mulher dessa na cama você precisa ver.

MÁRCIO:
Tá bom, você quer ouvir a verdade? É isso? Tudo bem, vamos a ela. Você pensa até hoje que eu quero ficar com você, e eu não quero. Quis na primeira vez, quando disseram que era bom, proveitoso. Claro que eu quis, qual homem não iria querer? E nisso fomos nos conhecendo, nos conhecendo, e nisso eu já sabia que não daria em nada, nós dois. No máximo sexo casual, dia de semana, nós dois aqui, vendo filme, bebendo vinho. No máximo isso mesmo. E posso falar uma coisa bem séria? Você não tem cara de quem dá gostoso.

DAVID:
Olha, eu gosto muito de ficar com você, de estar com você, de amar você. Só tem um problema, nós somos iguais! Tá louco, uma hora um dos dois explode. Você é muito boazinha, acredita que essas pessoas querem o seu bem. Não é assim, elas não são tão boas assim. Ah, quer saber, eu te amo!

LUIS:
Você é igualzinha minha ex.

15 de mar. de 2011

As mulheres e os olhares

Seus olhos diziam que é inteligente, meiga, doidinha (escondido), simpática, carinhosa e também adora carinho. Massagem?, quem sabe. Pelos olhos via-se um brilho, uma vontade de conhecer o desconhecido. Depois disseram que sim, e que não, e que sim, e que não, e que talvez. São olhos lindos!


Seus olhos procuravam os meus, ou, os meus olhos procuravam os seus? Como começamos a olhar um para o outro? Quando meus olhos buscaram os seus? Não lembro se foi a primeira, mas uma das primeiras eu tenho certeza que foi. Olhávamos um para o outro. Já me viram olhando; não sei se já lhe viram olhando, eu já. É claro, nossos olhos se procuram, um busca olhar o outro.

A cor de seus olhos me fascina. O pior não foi a combinação de sua beleza, que é fora de comum, o pior foi seu humor irônico sobre isso. Lembra? Claro que não, é uma brincadeira sua falar isso, e foi depois que trocamos olhos por olhares que percebi que além de linda, com esses olhos indescritíveis, tem senso de humor do tamanho de sua beleza. Eu falei que acho você linda?

Sabe que eu pensava sobre você e lembrava dos olhares trocados. Era o primeiro pensamento, os olhares trocados. Que loucura, não? Não busquei saber nada, apenas olhei e ouvi, nada além disso. A curiosidade é grande, o controle está no nível médio para baixo, então é apenas olhar e ouvir. E às vezes eu penso, está bom assim. Olhar e ser olhado.

Quando foi que nossos olhos se cruzaram pela primeira vez? Foi na mesma noite, não foi? Eram olhares despretensiosos, os nossos. Olhamos pouco ou olhamos muito? Falamos, bebemos, fumamos, beijamos, olhamos pouco, não olhamos? Será que é por que não queríamos ver? Na verdade eu não queria ver nada. Ou queria ver e não ser visto, e você? Fomos vistos. Nós olhamos pouco um para o outro, não olhamos?

Ontem eu saí e fiquei olhando para uma mulher na minha frente, que dançava acompanhada. Depois você chegou e nós conversamos um pouco, rimos, bebemos, e você foi embora, sem antes me olhar e desmentir o que pensei sobre você. Vi nos seus olhos que é além do que pensara inicialmente. A cor de seus olhos é muito bonita, aliás, você é muito bonita.

Aquele olhar triste, com lágrimas, aquele ali era o fim. Foi ali que eu vi o fim. O que seus olhos viram, o que sua boca disse, aquilo ali era o fim, foi o fim, será? Será que aquele último olhar para mim foi o fim? Talvez ali que eu pude ver. O coração fica calejado, mas os olhos, os olhos não. Os olhos querem ver outra coisa, não querem aquela realidade, não é aquilo que ele gosta. Os olhos gostam daquele sorriso no canto do olho, e não das últimas lágrimas.

Lembra?, eu olhando na biblioteca? Enquanto todos estudavam, eu olhava para você. Eu era um babaca mesmo, e até hoje acho que sou. Fico pensando se alguém nos via de longe, sempre ali, naquela esquina. Eu ia embora olhando pro chão. Eu nunca imaginei que uma mulher tão linda quisesse me olhar nos olhos, eu não achava possível, eu tinha uma autoestima muito baixa. O que será que pensamos sobre nós? E se olharmos hoje?

Esses seus olhos assim, vermelhos, fechadinhos, quase em lágrimas. Toda vez eu penso que é nossa despedida. Esses seus olhos assim, vermelhos, me deixam sem saber o que pensar, como agir. Seus olhos ficam lindos depois que fazemos amor, ficam assim, fechadinhos, vermelhos, parecem olhos orientais, assim, vermelhinhos em brasa – são olhos de amor?

Será que sabíamos quando apenas olhávamos um para o outro? Essa combinação, essa certeza e incerteza, esse medo de entregar, esse desejo todo, essa vontade de falar. Queria olhar nos seus olhos e dizer o que penso, de verdade.

Quando foi que olhamos um para o olho do outro com aquele amor, você lembra? Eu não. Era isso que eu estava pensando aqui, agora. Nós não olhávamos mais um para o outro. Talvez tenha sido isso, e não o que pensamos que foi. Aliás, o que foi mesmo? Foi o conjunto da obra, como dizem por aí. O conjunto da obra. E foi depois que percebi que não olhávamos um para o outro.

Seus olhos são lindos.

Ah, o seu olhar.

Nosso olhar.

O olhar.

3 de mar. de 2011

As mulheres e o carnaval

O homem que disser que não sonha com uma mulata das pernas grossas, sambando, com o corpo repleto de purpurina, quase nua, está mentindo. Ou não temos o mesmo gosto. O certo é que no carnaval as mulheres são especiais.


Carnaval deixa a mulherada solta, à vontade, correndo atrás do trio elétrico ou sambando. Aquela muvuca, gente suada, bebendo tudo o que tem pela frente – e às vezes até mais. Talvez seja nessa época que as mulheres se soltam de verdade – até mais que em motel, mas isso fica para outra ocasião.

Beijos e mais beijos sem compromisso, assim é o carnaval desde que tinha meus catorze anos e fui pela primeira vez a um baile de adulto. Foi uma loucura, eu achei o máximo estar entre meus amigos mais velhos, entre as meninas que eu jurava ser só para sonhos. Descobri coisas legais nesse meu primeiro baile, e uma delas foi que mesmo menino eu atraía a atenção daquelas gatas que eu sonhava na escola.

E também nesse ano que descobri que carnaval combina com bastante bebida, cigarro, lança perfume, entre outras. Não que eu goste, não fumo, não gosto de lança, mas era novidade estar aberto, descarado, como dizia lá, na cara dura. Até então eu pensava que essas coisas eram pra pessoas marginais, escondidas. Só que veio à luz, eram aquelas meninas da escola que estavam fumando baseado, bebendo, dando bola no lança.

Então pensei, é isso aí. As mulheres também estão nessa, que legal! Elas não são santinhas como querem alguns – se não me engano, depois desse carnaval uma delas engravidou. Depois desse ano o carnaval não foi mais o mesmo.

No ano seguinte não era mais calouro, e estava com meus amigos e amigas, e foi aquela festa. Ficava com as meninas, bebia escondido. Parecia brincar de carnaval. E eu sempre reparei nas mulheres nos blocos e nos bailes – pois é, no interior chamava baile de carnaval.

Não tem nada melhor que ver mulher de shortinho, barriguinha de fora, rindo à toa, bebendo, descontraída. E o carnaval é uma ótima ocasião para isso. Lembro também que certa vez, doido pra ficar com uma menina no sábado, e na sexta veio uma e quis ficar comigo. Não deu outra, ela quis, pediu, como eu nego? E o pior, cidade pequena não tem como esconder nada.

No sábado fui, na cara dura, com meu copo de cerveja, sentei ao lado da paquera e começamos a conversar. Éramos da mesma escola, e tínhamos vários amigos e amigas em comum. E no meio daquela festa eu chamei minha paquera de sábado pelo nome da outra, de sexta. O pior é que quem prestou atenção e fez escândalo foi a amiga, só então minha ficante – que não queria mais nada comigo – resolveu soltar os cachorros. No fim das contas nós ficamos várias vezes naquele ano, e a troca de nomes virou piada.

Depois de vários anos, passei vários carnavais acompanhado, o que era uma maravilha. Deixei um pouco de lado os blocos, as zueiras, e ficávamos tranquilos. O que é ótimo, quando a companhia é agradável.

Neste ano eu queria um par para ficar quietinho no carnaval, num hotel-fazenda, uma cachoeira, numa praia tranquila, ou até mesmo em casa, fazendo programas de dia, fazer trilha até a cachoeira, quem sabe. Do mesmo modo que adoro muvuca, adoro estar em boa companhia, fazendo amor, quietinhos, dando beijinhos de bom dia, dormir juntinhos. E assim o carnaval deixa de ser essa badalação de beijos e amassos e passa a ser cinco dias de puro amor. Queria que esse ano meu carnaval fosse assim, juro que queria.



P.S.: Fui pro Rio com a galera de Foz!

17 de fev. de 2011

As mulheres e a poesia


Não sei se é verdade, mas poderia ser. A poesia nasceu para a mulher, e talvez pela mulher – como saber? É claro que a história contada não dirá isso, óbvio, só que eu acredito que haja esta ligação entre poesia e mulher. Afinal, de que serviriam as belas palavras senão para oferecê-las a elas, as musas?

Eu gosto de sentir atração por uma mulher, chegar e escrever umas linhas, uns versinhos. Muitas vezes não mostro, claro. Mostrar seus versos para a musa não é tão simples e fácil como parece, pelo menos pra mim.

Acho que a primeira vez que fiz isso foi em Floripa, quando morei lá. E também em Floripa eu descobri que é possível conquistar uma mulher com palavras. Eu era doido com uma menina da biblioteca – lá vem a biblioteca nas minhas histórias. Era aniversário dela e eu não sabia o que dar, então comprei um cartão e escrevi assim: “À primeira vista, não tive palavras / Na segunda, apenas olhei / Na terceira, me encantei / Depois disso, enchi-me de paixão.”

Lembro que para entregar foi difícil, fiquei morrendo de vergonha. E o pior não é isso, eu não tinha mais o original e tive que pedir para ela me enviar por email anos atrás, pois não queria perder esses versinhos. Adoro poesia de amor, sempre que leio e gosto, anoto num papel para não perder. E isso também veio da época de Floripa.

A maior produção de versos de amor é quando se está amando, é claro. E quando se tem uma mulher a quem escrever poemas de amor é a melhor coisa do mundo. Um poeminha simples, sincero, com belas palavras, sem precisar preocupar com grandes questões, apenas os sentimentos e as palavras.

Outra coisa que gosto é gravar poemas para ouvir – no carro sempre tem uns poemas no meio das músicas. E por falar em música, não poderia deixá-las de fora. E sem pensar na questão letra x poesia.

Nossa geração conhece poesia através das letras de música, com certeza. E muitas são belas, verdadeiras poesias. E oferecer uma linda música é como oferecer uma flor – quem sabe. Veja esta letra, que linda: “a vida toda eu esperei por agora, sentir o teu perfume assim tão de pertinho, esse teu cheiro que existe só na flora, naquelas flores que também contém espinho”.

Isso sem contar as músicas do Poetinha, do Chico; até porque é covardia. É como mandar um poema de Drummond. Falo isso porque eu escrevo o que penso e envio, independente de ser bom ou ruim. Acredita que um amigo me pediu para escrever um bilhete para a mulher que ele quer namorar, escrevi achando que ela ia cair nos braços dele na hora que lesse. Ele ficou doido comigo, pois ainda não deu resultado. Ele esquece que o que a fez não esquecê-lo foram as palavras do cartão passado. (Se quiser pode encomendar uns versinhos.)

Na páscoa do ano passado eu estava estudando alguma coisa e me veio uma frase: eu quis te amar. Fiquei pensando nisso depois de dar uma flor sem cartão, e nem efeito teve a flor. Então pensei o que poderia ter dito. Eu quis te amar. Ficou um poema longo, muito bonito – pelo menos eu acho, já que só eu que o li.

Mostrei para uma amiga um poema que escrevi para uma mulher que só de olhar eu apaixonei. Ela me disse assim: que lindo!, queria que fosse escrito para mim. Era o “Poema da folha em branco”. A parte que mais gostei foi essa: Eu penso tanto em você / crio imagens, diálogos / e esqueço de pensar se você pensa em mim...

A frase que ela destacou foi outra, essa aqui: Como reagiria? / se soubesse que escrevo para você / se soubesse que escrevo pensando em você.

A minha relação amorosa com as palavras é muito agitada. Minha relação amorosa com as mulheres é tranquila, não sou um conquistador – embora já fui chamado de conquistador barato – e não sou mulherengo. Sou apaixonado pela beleza da mulher, só que este é assunto para outra.

Enfim, eu quis te amar.

**

Hoje irei vê-la
Estará bela, linda
À noite escrevê-la
Só minha, linda!
Só?, minha linda