Se você pensa que vai ler sobre gestos eróticos, sensuais, pode tirar seu cavalinho da chuva. Eu sei que gestos sensuais são maravilhosos de ver, ainda mais quando estamos pertinho dela. Também gosto quando é um gesto de longe, aquela olhada disfarçada. Só que desta vez é outro gesto.
Um gesto bonito que gosto de fazer é dar uma flor com um cartão, sempre com palavras sinceras. Não precisa ser o verso mais bonito do mundo, desde que sejam palavras sinceras. Às vezes acontece do cartão não ser romântico. Acredito que isso não tira o brilho da flor, e também do gesto.
Como está dito aqui, e eu já disse antes, adoro escrever uns versinhos, e na maioria das vezes é para uma mulher por quem estou apaixonado – ou num relacionamento. E também já fiz para um amigo entregar à sua pretendente. Ele não queria de jeito algum, mas convenci-o a fazer. E não é que deu certo!?
O gesto mais bonito foi realizado por uma mulher linda. Vou contar minha versão dos fatos.
Era domingo e eu estava de ressaca, deitado na frente da tevê – nesse dia consegui assistir a dois programas. Jogado no sofá, ressaca de vodca, sem vontade de fazer qualquer coisa. Fui pra cama dormir. Depois voltei para o sofá e almocei vendo tevê. (Quem me conhece sabe da dificuldade que tenho de ficar parado olhando pra tela.)
Resolvi entrar na net e conversar um pouco. Papo vem e papo vai combinei com meu amigo de ir na Praça do Papa curtir o fim de tarde. Enquanto eu combinava com ele, falava com a gata. Falei que estava indo mas não a convidei para ir comigo. Queria muito, mas não queria ouvir um não. Ela estava triste, sem vontade de fazer nada.
Antes da despedida enviei a ela a crônica “Venha ver o pôr-do-sol”. Saí de casa com um sorriso no rosto em direção à praça. No meio do caminho recebo uma mensagem no celular elogiando meu texto. Pronto, era o melhor do domingo; era o melhor que um domingo preguiçoso poderia me oferecer. Encontrei meu amigo no meio do caminho, deixei meu carro numa rua e fomos num só carro.
No caminho contei da mensagem pra ele. Chegamos na praça, sentamos, olhei aquele visual, tirei uma foto e mandei pra ela, a gata. Sua resposta: se tivesse me convidado mais cedo daria tempo de ver. Pô, já era mais do que eu poderia esperar de um domingo preguiçoso, de ressaca.
E nisso fomos trocando mensagens. Em nenhum momento convidei-a para ir lá me encontrar. Era a vontade, claro, mas não o fiz.
Já escuro, a praça mais vazia, recebo uma mensagem. Era ela. Estava na praça.
Qualquer elogio, comentário, o que for, não se compara ao fato – propriamente dito. Fiquei extasiado, sem saber o que fazer, o que falar, enfim, como um cara apaixonado fica diante de sua musa. Ela estava mais linda do que de costume.
Passamos horas sentados, numa boa, conversando, rindo, aquele clima gostoso... Depois ela me deixou no meu carro, demos uns beijinhos de despedida e cada um foi pro seu canto. Fui embora pensando em duas coisas sobre ela. A primeira: não vejo o tempo passar ao seu lado. A segunda: não queria que o tempo passasse.
Não é minimizar o que já fizeram por mim e para mim, só que nada se compara a isso. Tenho certeza que dormi sorrindo no domingo; eu acordei segunda com um sorriso no rosto. Foi lindo de ver!
Não sei qual nota a professora daria para a crônica, mas sei de uma coisa, disse para quem eu queria: “venha ver o pôr-do-sol”.
P.S.: Acordei segunda, sentei para estudar e saiu este poeminha:
Domingo lindo
Sentado, sozinho
Sentado, com amigo
Sentado, acompanhado
Sentado, apaixonado
P.S.2: Depois do poeminha – que entreguei, ela perdeu e não leu – não nos encontramos mais...
15 comentários:
"As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos."
Clarice Lispector
Adooooooro ver o pôr-do-sol. Qualquer dia desses vamos assistir um setados num banco, que tal?
Como sempre seus textos nos transporta para cada lugar em que você se encontrava. Sei bem a sensação de não ver o tempo passar e não nos fazer falta que ele passe.
beijoss
essa crônica leva qualquer mulher pra você, até a que estiver morta e enterrada! rsrsrsrs
a gente dá muito mais valor a gestos que palavras…é nisso que ando meio triste…mas não estamos aqui pra falar disso!
adorei a intervenção do Otto!! e estou sempre aberta a sugestões! rsrsrs
ah! vi o nome do teu post hoje e me insipirei pro meu…rs
Encontros na praça rendem conversa e romantismo. O beijo parece que tem que acontecer, é consequência daquele momento no banco, de dois que quase são um. ai, ai... isso é bom!
Beijobeijobeijo!
gestos aqui que me trazem a saudade de um tempo que pouco vivi, mas recordei ao ler a crõnica
Pri, que beleza de Clarice!
beijo
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Cris, é isso mesmo, tem horas que é bom parar no tempo mesmo...
beijo e seja bem-vinda!
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Long, que beleza!
beijo
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Alline, é isso mesmo que você disse.
beijo
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E você que lê e não comenta, o que achou? Compartilhe conosco, diga o que pensou, indique A Mina do Cara para seus amigos...
A Mina do Cara te ama!
Olá!
O pôr-do-sol é sempre inspirador!
Gracinha de poema!
Abs!
Carol, e como...
beijo
Vira e mexe vc cita esse dia, já percebeu?
Hum...sei não...rs... acho que talvez vc se priva...tem mais gestos como esse esperando vc, talvez exatamente de onde tenha partido esse.
Beijo.
Poente é quando o ato do amor entardece. Mas fiquei confusa, é apenas uma linda crônica, ou aconteceu de verdade?
BeijooO*
Camila, quem sabe... quem sabe...
um beijo.
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Valéria, e se for uma apenas uma linda crônica vivida? (Sabe que nós vivemos um fato enquanto lemos, não sabe...?)
um beijo
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Só uma coisa hoje: A Mina do Cara te ama!
Olá, desculpe invadir seu espaço assim sem avisar. Meu nome é Fabrício e cheguei até vc através do Blog Silencio dos meus sonhos. Bom, tanta ousadia minha é para convidar vc pra seguir meu blog Narroterapia. Sabe como é, né? Quem escreve precisa de outro alguém do outro lado. Além disso, sinceramente gostei do seu comentário e do comentário de outras pessoas. Estou me aprimorando, e com os comentários sinceros posso me nortear melhor. Divulgar não é tb nenhuma heresia, haja vista que no meio literário isso faz diferença na distribuição de um livro. Muitos autores divulgam seu trabalho até na televisão. Escrever é possível, divulgar é preciso! (rs) Dei uma linda no seu texto, vou continuar passando por aqui...rs
Narroterapia:
Uma terapia pra quem gosta de escrever. Assim é a narroterapia. São narrativas de fatos e sentimentos. Palavras sem nome, tímidas, nunca saíram de dentro, sempre morreram na garganta. Palavras com almas de puta que pelo menos enrubescem como as prostitutas de Doistoéviski, certamente um alívio para o pensamento, o mais arisco dos animais.
Espero que vc aceite meu convite e siga meu blog, será um prazer ver seu rosto ali.
Abraços
http://narroterapia.blogspot.com/
Fabrício, vou lá conferir...
abraço
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E pra você que lê e não comenta, hoje eu digo algo além do usual A Mina do Cara te ama! Por que você não comenta?
E digo mais, mês de maio foi o mês do amor na Mina do Cara e junho será outro mês, ainda não direi o tema espcial, mas com certeza novas crônicas aparecerão por aqui...
um beijo e um abraço do cara por trás da Mina do Cara.
Adorei o texto! Lembrei da minha adolescência, quando tinha encontros ao acaso, inesperáveis são os melhores. Fiquei com curiosidade para ler a crônica "Pôr-do-sol", tentei abrir o ícone ao lado, mas não abriu. Um beijo ao bom menino.
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