Não sei como não saí dessa balada
carregado pelos amigos, com os olhos roxos, os seguranças ligando para a
polícia. Essa noite o bicho pegou!
Era sexta à tarde, esperando pelo
happy hour, olhava para o relógio a cada cinco minutos e pensava, essa noite o
bicho vai pegar! Nada poderia dar errado. Pegaria a Nanda com certeza. Sou
apaixonado por aquela mulher.
Fomos tomar chope antes de ir pra
balada, e eu mais quatro amigos, tomamos mais de quarenta canecas de chope.
Depois do décimo eu disse aos amigos, essa noite o bicho vai pegar, eu e a
Nanda vamos nos amar.
Todos riram e disseram, você vai
apanhar igual cachorro de rua. Respondi, por isso estou bebendo muito, para nem
sentir. No fundo eu falava isso achando que nada aconteceria.
Chegando eu vi uma fila enorme
pra entrar, bêbado nenhum gosta de ficar em fila. Mas ficamos, todos rindo e
falando alto. Contei uma piada de sacanagem e o cara da minha frente falou, só
porque você não tem mulher fica falando essas merdas aqui, respeita. E nisso
emendei, fica na sua seu corno manso.
Ele me deu um soco de raspão,
consegui desviar e meus amigos separaram. Fui até o segurança e falei, está
vendo isso, o cara me deu um soco e eu tenho que ficar na fila ao lado dele,
libera aí. O segurança me encarou e disse, vai para o fim da fila que ele não
perturba.
Voltei ao meu lugar na fila e
entramos. Fui direto pegar uma gelada. Lugar cheio, todo mundo se acotovelando
para pegar bebida, para andar.
De repente meu coração dispara,
era ela, Nanda. E estava nos braços de alguém. Era ela, de costas para mim,
abraçada. Aquelas costas inconfundíveis, aquele cabelo inconfundível, aquela
musa inconfundível.
Não aguentei e fui lá, tirar
satisfação. Cheguei tirando-a dos braços dele, dando um soco na cara dele,
puxando-a pela mão gritando, eu tenho uma coisa pra falar. Ela relutava e eu a
trazia e gritava, eu tenho uma coisa pra falar, vem comigo Nanda.
Ela empacou, soltou minha mão, me
deu um tapa e disse, eu não sou Nanda, não te conheço, some daqui pra não
morrer te tanto apanhar seu babaca! Ela nem terminara de dizer babaca e eu já
estava levando um soco na cara, do cara da fila. Tonteei e nisso veio o cara da
mina e começou a me bater. Eu nem sei se foi soco ou chute. Depois que eu
apanhei bastante que apareceu um segurança e separou.
Sentado numa cadeira na porta da
balada, olhando para o chão, louco para não aparecer um conhecido e perguntar o
que aconteceu comigo. Pensando, olha a merda que deu.
Aparece em minha frente um pé de
mulher, com as unhas pintadas, e para na minha frente. Ouço, o que houve Jack?
Amor! O que houve foi excesso de amor! Fiquei cego, confundi, troquei as bolas,
sei lá...
Jack, sou eu, Nanda; vamos, te
deixo em casa.
Fui.
Se isso não fosse um sonho eu já
estaria no lucro.
Fui.
Um comentário:
sorte sua!
rsrsrs
bj meu
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