A meninada hoje faz questão de escrever de acordo com o
internetês. Para quem não sabe, essa é a língua da internet.
Alguns dizem que essa linguagem é errada, feia, e é
utilizada para esconder os erros de grafia. No outro lado estão aqueles que
estudam essa questão e provam que é considerada uma linguagem com suas formas e
sinais característicos.
Pessoas de todas as idades fazem uso dessa forma de
comunicação. Não direi que não faço, pois não escrevo mensagem de celular com
todas as letras e acentos devidos. Também faço parte do grupo que escreve em
internetês – no devido contexto.
Agora, como professor de língua portuguesa, tenho algumas
observações a fazer. Primeiro, os jovens, na escola, utilizam o internetês como
forma de rebeldia. Eles dizem que não gostam de acentuar palavras, não é
necessário utilizar acento gráfico. E o argumento deles é que no inglês não
precisa de acento.
A língua inglesa é referência para todos. A cultura
estadonidense é referência de tudo, e para todos. Não é comum encontrar fãs de
artistas brasileiros. Agora, americanos e ingleses fazem a cabeça dos jovens.
Adentrando no universo teen percebemos como é vazio o
conteúdo que eles absorvem. São inundados por aplicativos, saites, aparelhos
eletrônicos que em nada acrescentam. Jogos que crianças de cinco ou seis anos
conseguem brincar fazem a cabeça dos de quinze. A lei do menor esforço.
Só não é unânime achar livros uma chatice porque de vez em
quando alguém não torce o nariz ao ouvir a pergunta: o que você está lendo?
Ler livros parece coisa de outro mundo, para a maioria.
Mesmo que seja em leitores digitais, isso não passa pela cabeça da moçada. E as
razões nós não sabemos – nós suspeitamos. Minha suspeita é que os jovens não
acreditam que há interação entre a pessoa e o livro.
A grande rebeldia desses jovens, que daqui a alguns anos
serão os responsáveis pelo país, é não acentuar as palavras, não escrever
corretamente as palavras.
Tantas coisas acontecendo, tantos livros sendo
publicados, e esses jovens juram que ler é chato, é tedioso.
Rebeldes. Rebeldes sem acento.
3 comentários:
Acho que estou ficando velha mesmo, afinal, acho essa linguagem, muitas vezes, indecifrável! ;)
Beijos!
Helena, não é só você...
um beijo
__
E você, também escreve assim? Assim como?
A Mina do Cara te ama!
Pior do que escrever assim,
realmente, é não ler.
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