28 de nov. de 2011

Entre querer e ser

Trabalhar como professor faz com que diariamente eu tenha obrigações chatas a cumprir, como por exemplo, aplicar provas e dar notas. Essas duas são as mais inconvenientes. Para os alunos, é claro, é um pouco pior – do ponto de vista deles. O problema maior cai para mim, professor, uma vez que preciso conter os ânimos e ensinar o conteúdo.

Vira e mexe um aluno diz: ah, eu não quero fazer isso. E sempre eu respondo: pois é, a vida é assim mesmo, temos que fazer sem querer. Evito apelar para as notas. Eis um grande problema, os alunos é que se obrigam a fazer para receber pontos. Se não vale ponto eles não fazem. Eu detesto isso. Só que as crianças estão condicionadas a viverem assim, e o que tento fazer é mostrar que existe algo além da recompensa por pontos.

Com dez ou onze anos a pessoa já assume que não faz nada sem que receba algo em troca. Isso me assusta, e creio que não só a mim. O que é possível esperar de uma pessoa que sequer faz uma atividade para aprender; interessante que favores nunca me foram negados.

Está certo que atividades escolares não são prazerosas, agora, nem tudo o que fazemos é para sentir prazer.

Imaginar que em sonhos sou um guitarrista de rock que vive uma vida boa cheia de criatividade musical, com solos que fazem as plateias delirarem, bases consagradas, fãs pelo mundo. Quem nunca quis ser guitarrista e poder trabalhar no palco, solando em músicas intermináveis, viajando pelos acordes como se estivesse em outro mundo, deslumbrando visuais maravilhosos enquanto encanta uma alma pelos ouvidos.

A vida também não é fácil assim, uma vez que o próprio guitarrista passa horas e horas montando um solo, construindo harmonia que realmente vire música; e enquanto ele está acompanhando aquela onda maravilhosa, na verdade, está ligado é na música, não podendo sair do seu lugar. O fã não perdoa deslize.

É difícil perdoar deslizes propositais, mas perdoamos, somos perdoados. A vida tem dessas coisas, nós falamos que não vamos fazer e fazemos; prometemos nunca mais falar aquela besteira, e o que acontece, falamos. “Essa vida bem que poderia nos ensinar algo”, eu ouvi esses dias. Fiquei com essa frase na cabeça: “essa vida bem que poderia nos ensinar algo”.

E aprender? Quem está disposto a aprender? Já pensou se juntarmos o que a vida tem para ensinar com nossa capacidade de aprender. Onde eu iria? Onde você iria? Já pensou o que seria possível aprender...


13 comentários:

El Bode disse...

Como guitarrista, e estudante de Licenciatura... admiro seu post Huiheiuheiuheiuheihiuehe
Cara, vim trazer um blog novo, que talvez você ache legal...
dá uma olhada no Vadias Adoram Poemas Huiehuiheiuheiheie

http://vadiasadorampoemas.blogspot.com/

Elisa Cunha disse...

É, por trás daquele solo que o guitarrista faz tão naturalmente há muito trabalho, e anos de experiência e de aprendizado. E aprender não é o que costumávamos fazer desde quando neném? Com bons resultados, por sinal, como a possibilidade de ler esse post, rs. Ora, porque então não continuar aprendendo?

Michele Pupo disse...

Ahhh como eu te entendo! Vivencio isso diariamente...
Lembro-me que quando eu era criança, meus pais sempre estiveram por trás da escola. Cobravam tarefas, orientavam, diziam que se eu quisesse ser alguém, precisaria passar por todo o processo escolar. Creio que falta, nos dias atuais, este apoio e incentivo por parte da família.

Um abraço

Luna Sanchez disse...

Atividades escolares podem ser legais sim, as que tu propõe devem ser, guri.

=)

Não consigo te imaginar em sala, acredita?

Rs

Beijos, seu bonito.

Sandro Ataliba disse...

Muito bom o texto. Para mim, porém, muito pior do que provas e notas são os diários e os relatórios.
E, realmente, o fato de os pais condicionares os filhos a fazerem as coisas na base da troca faz com eles se tornem alunos assim, e posteriormente pessoas assim.
E você está certo: a vida não é nada assim.
Abraço!

2edoissao5 disse...

esses guitarrista são todos malucos viu! tenho um desses em casa...

Valéria lima disse...

E dizem que vida de professor é fácil…

BeijooO*

Alline disse...

Nem tudo que eu aprendo é bom. E às vezes o que aprendo é que fiz alguma coisa que não era legal. Mas também faz parte do caminhar, né?

Beeeeijo!

Unknown disse...

El Bode, fui lá e falei contigo.
abraço
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Elisa, vivendo e aprendendo, como diz aquele velho deitado...
beijo
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Michele, realmente falta para bastante gente, e isso faz uma tremenda diferença.
beijo
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Luna, se você soubesse o que eu apronto em sala talvez imaginasse; os meninos ficam doidos comigo lá.
beijo

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Sandro, é difícil mesmo, mas talvez nem seja "culpa" dos pais. Os diários e os relatórios são um saco.
abraço
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Maggie, e aposto que ele toca músicas pra você o dia todo...
beijo
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Valéria, se ouvir alugém dizendo pode mandar internar, por favor.
beijo
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Alline, faz parte do aprender isso, e talvez sejam os aprendizados que mais ficam. né?
beijo

____

E pra você que está prestes a deixar sua opinião, diga lá, curtiu? não curtiu? Pode falar mal também, eu não apago.

A Mina do Cara te ama!

El Bode disse...

Foz é uma cidade pequena mesmo. Eu não sou aluno do Ildo Carbonera, mas ele é amigo dos meus pais, e conheço ele. E se o PH de quem você fala for o Rafael, que toca violão e tal eu conheço também...
Mas enfim, quando disse que sou estuante de licenciatura esqueci de mencionar que agora não moro mais em Foz do Iguaçu. Estudo licenciatura em artes visuais na federal de Pelotas. E por esse motivo também não poderei ir ao Tirol Huiheuiheiuhe =/
Mas quando for pra foz darei um jeito de saber o que está rolando por lá, e da revista, que eu não estou sabendo...

Isso aí, se um dia for pra Foz me dá um toque, se eu estiver por lá a gente planeja algo. A cris me falou que você encontrou com ela, fiquei com invejinha Huiheiuheiuheiuhuie

abraços!
e vê se manda alguma coisa pro vadias adoram poemas pra gente publicar lá hem Hiuehuiheihieuiuehe

Unknown disse...

El Bode, estive em Foz duas vezes este ano, e acho que ano que vem não estarei por lá, de qualquer forma, aviso você se for pra lá.
E sobre o PH, é ele mesmo, lendário PH com seu tererê e violão...

Pode deixar que vou enviar um texto pro seu novo blog.

abraço

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E você, nobre leitor, sabia que A Mina do Cara te ama?

Miriam de Sales disse...

Amiga,escola / deveria fazer cobranças;deveria ensinar o q/ realmente importa;assim,os professores não se estressariam tanto. bjs

Unknown disse...

Miriam, bem que poderia ser assim viu, eu ficaria muito contente.
volte sempre!

A Mina do Cara te ama!