22 de nov. de 2009

Três lançamentos

Outubro e novembro de 2009 ficaram marcados pelos lançamentos de O Seminarista de Rubem Fonseca, Violetas e Pavões de Dalton Trevisan, O Albatroz Azul de João Ubaldo Ribeiro.
Nos dois primeiros casos houve resenhas negativas injustamente. Não li crítica falando mal de João Ubaldo com seu novo livro. Li os três e todos são bons livros. Vamos de um em um...

O Seminarista é um livro muito bom de ser lido. Linguagem fácil de assimilar, texto curto, rápido, violento. Não há muito sexo e palavrão. E não há digressões como em A Grande Arte, que Mandrake lê o diário e conta-nos tudo; o caso da faca no mesmo livro. E tantos outros.
Por um resenhista O Seminarista fica mais próximo de Mandrake: a Bíblia e a Bengala. E o mesmo coloca o lançamento como inferior aos outros romances do autor. Daqui a alguns anos os críticos dirão que Mandrake foi um romance que iniciou a escola dos romances breves.
Violetas e Pavões de Dalton Trevisan é um belo livro de contos. São contos breves, curtos. A linguagem característica de Trevisan está presente de forma clara, ojetiva. Não há rodeios para narrar. Comentando com um amigo falei assim sobre este autor: me parece que ele nos conta por cima, só contando mesmo algumas coisas sobre o assunto.
Os resenhistas falaram que este livro "não é tão bom" como outros. Todos falam que Dalton escreve sobre as pessoas que não são vistas nas cidades. Certo, ele trata de maníacos, estupradores, pedófilos, ladrões, traficantes. Só que também fala da classe média no meio das drogas, do tráfico. E sobre isso ninguém falou ainda.
O que eles gostam é de falar que seus livros não são tão bons quanto "O Vampiro de Curitiba" Nos dois últimos tem contos que em forma física parecem versos, mas não são. São contados por catadores de papel, gente muito humilde. Minha primeira ideia é de que essas pessoas não formam frases com períodos e orações. Queria que o Dalton gravasse um conto desses para ter uma ideia de como ele chegou a esta forma.
O Albatroz Azul não chegou às lojas com críticas desconstrutivas. É um belo livro. No princípio foi me parecendo um pouco Saramago.
João Ubaldo tem isso de cada livro ser um livro. Ainda não li dois parecidos. É um mestre da palavra também. Muito boa leitura!

Nós, brasileiros, temos um time e tanto em nossa literatura. Vamos fazer uma convocação? O meio campo eu já escolhi. Quem é o técnico?

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